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quarta-feira, 21 de setembro de 2011

As Relações da Psicopedagogia e da Arteterapia

Enquanto a Arteterapia tem como campo de atuação resgatar o indivíduo como um todo não se limitando apenas ao fazer artístico ou a realizar uma busca de si mesmo, a Psicopedagogia trabalha com as dificuldades de aprendizagem e todos os processos que envolvem esta problemática, procurando descobrir o que acontece entre a inteligência e os desejos inconscientes do sujeito.
Segundo a definição da AATA (2003), “por meio do criar em arte e do refletir sobre os processos e trabalhos artísticos resultante, pessoas podem ... desenvolver recursos físicos, cognitivos e emocionais e desfrutar do prazer vitalizador do fazer artístico.”
É nessa relação que se estabelecem novas relações com áreas de atuação e pesquisa que também olham para o indivíduo e buscam contribuir para melhorar sua qualidade de vida e o seu desenvolvimento como um todo, mediante uma maior percepção e conhecimento de si mesmo e exploração de suas potencialidades.
FERNADEZ (1991), ao falar sobre a escuta e o olhar psicopedagógico diz que estes só poderão ocorrer num “espaço transional, de jogo, confiança e criatividade.”
Para ela o problema de aprendizagem está diretamente relacionado com o “anular as capacidades e bloquear as possibilidades” e que o sintoma surge na impossibilidade da pessoa simbolizar. Para que a aprendizagem aconteça é fundamental a formação de um vínculo, o qual se inicia nas relações familiares e onde a criança define a maneira que vai utilizar para se aproximar do conhecimento. “A aprendizagem é um processo cuja matriz é vincular e lúdica e sua raiz corporal; seu desdobramento criativo põe-se em jogo através da articulação inteligência-desejo e do equilíbrio assimilação-acomodação.”
É nessa relação inteligência-desejo que se dá a relação da Arteterapia com a Psicopedagogia. Ao comparar o pensamento como uma trama ela apresenta a inteligência e o desejo como fios que se entrelaçam, da mesma forma como se entrelaçam “a significação simbólica e a capacidade de
organização lógica.”
Assim como a inteligência tende a objetivar, a buscar generalidades, a classificar, a ordenar, a procurar o que é
semelhante, o comum, ao contrário, o movimento do desejo é subjetivante, tende a individualização, à diferenciação, ao surgimento do original de cada ser humano único em relação ao outro.
Em qualquer atitude que observemos de uma pessoa, poderemos discriminar, mas só teoricamente, o processo objetivante (lógico-intelectual), do subjetivante (simbólico-desejante): a soma de ambos os processos é o ato que resulta. Para que haja aprendizagem, intervêm o nível cognitivo e o desejante, além do organismo e do corpo.
O simbolismo não pode manifestar-se independentemente da intelecção, porque esta lhe dá a possibilidade da congruência. Na fratura da congruência aparece o sintoma. O pensamento é um só, não há um pensamento inteligente e outro simbólico, já que tudo vem entrelaçado, como se um deles fosse o fio horizontal, o outro o vertical, e o pensamento uma trama; quando falta um deles, a trama não se constrói. Ao mesmo tempo dá-se a significação simbólica e a capacidade de organização lógica.
De acordo com PAÍN (2001) as atividades artísticas são instrumentos indispensáveis no processo terapêutico dos problemas de aprendizagem.
Após estudos recentes, alguns pesquisadores propuseram novos níveis de inteligência, além das Inteligências Múltiplas soma-se a Inteligência Moral e a Inteligência Emocional.
De acordo com OLIVER (2003), a Inteligência Emocional, teoria desenvolvida por GOLEMAN (1995), propõe que as pessoas que apresentam habilidades emocionais bem desenvolvidas são mais propensas a estarem contentes e se sentirem realizadas em suas vidas criando hábitos mentais que estimulam sua própria produtividade; em contra partida, aquelas que não conseguem controlar sua vida emocional vivenciam batalhas interiores que inibem, acobertam suas habilidades de trabalho e também a capacidade de pensar. (Revista Escola Adventista)
ALESSANDRINI (1996), ao falar sobre a prática psicopedagógica na Arteterapia diz que a “Psicopedagogia... propõe o desenvolvimento das funções de aprendizagem da criança e do adolescente a partir de um trabalho expressivo e criativo.”
“A experiência artística, expressão da alma e da percepção que o homem tem do mundo, apresenta-se como recurso importante para ampliar a aprendizagem daquele que se relaciona com o outro, e aprende a partir dessa relação.”
Para ela a linguagem da arte é importante na expressão da atividade cognitiva do aprendiz e o fazer artístico pode desenvolver níveis superiores de linguagem e cognição. Analisa que se a pessoa está vivenciando situações que não se relacionam afetivamente com o seu aprendizado, o mesmo não flui de maneira harmoniosa e assim prejudica seu processo de aprendizagem.
Em sua experiência psicopedagógica trabalha tanto com o pensamento quanto com a emoção, através de atividades que promovam o alívio das tensões que inibem e obstruem o “processo de aprendizagem, da construção, da auto-confiança e o desenvolvimento e expansão do nível de consciência do sujeito.” Procura fortalecer a criança internamente, “possibilitando um espaço onde se concretize a expressão de uma imagem interna, de modo que a aprendizagem se apresente de forma mais agradável e não-traumática.”
Pensar criativamente é trabalhar a partir do que há de mais nobre em uma pessoa. É a “fecundação”. A cada minuto, algo nasce e se transforma. O pensamento emerge e precisa ser refeito, re-elaborado. Comparamos, estabelecemos relações, discriminamos, definimos para poder transformar; para poder “re-ver” todo aquele caminho, sentido e experienciado em um nível energético delicado e especial. É o trabalho de aperfeiçoamento e de tematização de conteúdos expressos simbolicamente.
BARBOSA (1991) diz que a “arte é cognição, é profissão, é uma forma diferente da palavra para interpretar o mundo, a realidade, o imaginário e é conteúdo. Como conteúdo, a arte representa o melhor trabalho do ser humano.
Para CARVALHO (2006), o arteterapeuta tem a liberdade de escolher os mediadores com os quais fará a intervenção, privilegiando uma ou mais das potencialidades terapêuticas da arte, podendo ser a criação, a aprendizagem, a expressão e a significação.
Segundo SAVIANI(1995), a arte se relaciona abertamente com a pedagogia, a filosofia e a psicologia. No processo arteterapêutico esta relação se apresenta ao se trabalhar o físico no sensório-motor, o mental nos processos cognitivos, as emoções, idéias, sonhos e memórias.
Na vivência dessa relação foram aplicadas técnicas artísticas como instrumentos terapêuticos num processo de tratamento da clínica psicopedagógica, tendo como base a história bíblica de José no Egito. Foram aplicadas atividades plásticas, com tecido, com miniaturas, modelagem em argila, desenho, construção de bonecos e dramatização, os quais permitiram ao paciente identificar novas formas de expressar suas emoções e sentimentos, elaborar seus conflitos pessoais e familiares, estimular sua
criatividade e possibilitar sua transformação.

REFERÊNCIAS
ALESSANDRINI, C. D. (org) Tramas Criadoras na Construção do Ser Si Mesmo,
São Paulo: Casa do Psicólogo, 1999..
ALESSANDRINI, C. D. Oficina Criativa e Psicopedagógica, São Paulo, Casa do
Psicólogo, 1996.
BARBOSA, A. M. A Imagem no Ensino da Arte, 4ª ed. São Paulo: Perspectiva,
1991.
CARVALHO, R. de. Arte-terapia: identidade e alteridade, uma perspectiva
polimófica – Revista Arteterapia: Reflexões – 2006 – SP
OLIVER, A. Um Panorama da Teoria das Inteligências Múltiplas. Revista da
Escola Adventista – ano 7, vol. 12 - 2003. trad. Renato Stencel, SP.
SAVIANI, I. O Espiritual e a Arte na Arte-Terapia. Revista: Reflexões – nº 1. São
Paulo : Sedes, 1995.




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