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quarta-feira, 27 de março de 2013

Desempenho Lógico Matemático by janainaluna

SESSÃO LÚDICA CENTRADA NA APRENDIZAGEM

Observação de Leitura by janainaluna

Entrevista com o professor by janainaluna

Observação de Leitura by janainaluna

Ficha Avaliativa de Redação by janainaluna

Teste de Audibilização by janainaluna

terça-feira, 12 de março de 2013

Fono Educa ¸.•´: TESTE DE SNELLEN

Fono Educa ¸.•´: TESTE DE SNELLEN: MANEIRA CORRETA DE APLICAR O TESTE DE ACUIDADE VISUAL Material necessário : * Escala de Snellen *Lápis preto ...

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Distúrbios do Aprendizado da Leitura e da Escrita

        Os distúrbios do aprendizado da leitura e da escrita são muito comuns, tanto na clínica fonoaudiológica quanto no dia a dia da escola.
        No que se refere aos distúrbios de leitura, podemos encontrar tanto dificuldades no processamento auditivo quanto no processamento visual.
       As dificuldades no processamento auditivo podem ser encontradas em criança que apresentam:
  •  distúrbio de discriminação auditiva e percepção que impedem a análise fonética, não percebendo, por exemplo, semelhanças entre sons iniciais e finais, como em "som" e "tom", "tio" e "tia";
  • dificuldade de análise e síntese auditiva, não sendo capazes de separar sílabas ou reorganizá-las formando palavras. Exemplo: "dei-ca-ra" não é reconhecido como "cadeira";
  • distúrbios na formação de sequências auditivas, trocando a ordem de sílabas como em "tevelisão" em vez de "televisão";
  • preferência por atividades visuais como jogos e atletismo;
  • baixo rendimento em atividades que envolvam ritmo, rimas e memória auditiva;
       A dificuldade no processamento visual pode ser encontrada em crianças que apresentam:
  • dificuldades de discriminação visual que gere confusão entre letras semelhantes: "b/d", "p/q" ou entre palavras com figuração geral parecida como "toca/foca";
  • baixa velocidade de percepção, impedindo a leitura, uma vez que cada letra é examinada muito lentamente;
  • tendência à reversão ("dom/bom") e inversão ("u/n");
  • dificuldade em seguir sequências visuais lendo "upa" para "pau";
  • alterações de memória visual geral, englobando inclusive experiências não verbais como recordar-se de um rosto ou de um lugar visto anteriormente;
  • desenhos pobres para a idade;
  • dificuldades de análise e síntese visual, tornando o indivíduo incapaz de montar um quebra-cabeça, por exemplo;
  • dificuldades em tarefas visuais, preferindo, portanto, atividades auditivas, tais como ouvir histórias em vez de jogar futebol.
     No que se refere aos distúrbios de escrita, podemos encontra:
  • desordens de integração visual-motora, alterações quanto à forma, direção e precisão do traçado (disgrafia);
  • deficiência de revisualização, na qual o indivíduo é capaz de ler, mas não consegue escrever, pois não pode evocar a imagem visual daquilo que deseja escrever;
  • deficiência de formulação e sintaxe, na qual a criança não organiza as ideias adequadamente ao escrever, mesmo sendo eficiente na utilização do código oral.
      As manifestações das alterações da leitura e escrita podem ser divididas em: desvios de forma e desvios de conteúdo.
     Nos desvios de forma inclui trocas, omissões ou inversões grafêmicas, que podem ser:
  1. Trocas de natureza perceptual auditiva:
  • "p/b", "t/d", "c/g", "f/v", "s/z", "x ou ch/g ou j" ou vice-versa: correspondendo a fonemas com diferentes traços de sonoridade;
  • "d" por "g", "f" por "x": correspondendo a fonemas com diferentes pontos articulatórios;
  • "s" por "t", "f" por "p": correspondendo a fonemas com diferentes modos articulatórios.
      As trocas de natureza perceptual auditiva podem refletir alterações de fala, de discriminação auditiva ou de processamento auditivo.

2.  Trocas de natureza perceptual visual, nas quais são incluídas:
  • trocas entre grafemas que representam o mesmo fonema e que envolvem memória visual como: "g/j", "x/ch", "s/ss/ç/c", etc;
  • trocas que envolvem o posicionamento da letra em relação ao espaço-papel, por exemplo: "p/b/q/d", "u/n", etc.
       Além dessas trocas, podemos assinalar aquelas que ocorrem pelo fato da criança desconhecer regras contextuais como "m" antes de "p/b", escrevendo "canpo" para "campo". Há, ainda, como desvios de forma a disgrafia e as alterações no ritmo da leitura.
      No que ser refere aos desvios de conteúdo, salienta-se que pode haver dificuldade na compreensão e na elaboração gráfica que geralmente são identificadas tardiamente. Além disso, o uso de marcas da oralidade na escrita, erros em sílabas de estrutura complexa, entre outras.
      Ressalta-se que antes de estabelecermos se a criança é portadora de um distúrbio do aprendizado da leitura e da escrita é necessária uma avaliação cuidadosa realizada por um fonoaudiólogo.
      O diagnóstico precoce é uma forma de prevenção e o professor deve estar atento para que seja capaz de detectar alterações que caracterizem um distúrbio ou que predisponham a criança a ele. Para isso, é preciso:]
  • verificar se a criança apresenta alterações de saúde geral, problemas auditivos ou visuais e sugerir aos pais que levem ao profissional adequado;
  • observar a fala da criança, investigando se ela apresenta trocas ou omissões de fonemas (após os cinco anos isso não deverá mais acontecer) que estão sendo reproduzidas na escrita;
  • utilizar o método de alfabetização adequado à criança;
  • estar atento para alterações emocionais ou manifestações comportamentais que denotem problemas desse tipo;
  • conscientizar os pais da importância de atividades que estimulem a leitura e a escrita, tais como ler livros para os filhos, valorizar a escrita e as produções da criança, oferecer materiais que permitam que ela desenhe, etc.

"Dicas" de observação do Distúrbio do Aprendizado da Leitura e da Escrita

      Os distúrbios do aprendizado da leitura e da escrita são muito frequentes e vão ser percebidos geralmente pelo professor. Suas causas mais frequentes são: déficit auditivo ou visual, imaturidade para alfabetização, problemas neurológicos, alterações socioemocionais, distúrbios da fala, e problemas gerais de saúde.
       As manifestações podem variar desde trocas e omissões grafêmicas até alterações gerais na elaboração e compreensão gráfica. É importante lembrar que para determinarmos se a criança apresenta ou não um distúrbio do aprendizado da leitura e da escrita deve ter sido exposta ao código gráfico por tempo suficiente para que ocorresse o seu aprendizado.
      Um aluno com distúrbio do aprendizado da leitura e da escrita pode apresentar:

Na escrita: 
            - trocas de natureza perceptual auditiva, além de trocas visuais e espaciais;
            - elaboração gráfica pobre;
            - disgrafia.

Na leitura:
           - dificuldade de compreensão e interpretação do que lê.

      No caso de observar alguma dessas alterações, o professor deverá encaminhar a criança à avaliação fonoaudiológica para que possa prevenir e tratar tais distúrbios.



terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Inteligência

Enquanto estudo um pouco mais sobre o desenvolvimento da inteligência segundo Piaget e as dificuldades de aprendizagem, encontrei um texto de Alícia Fernandes no livro "A Inteligência Aprisionada" que desejo compartilhar.

"O conteúdo de um conhecimento provem de um ensino (sistemático ou assistemático), mas a possibilidade de processar este conteúdo depende da presença no sujeito, de uma estrutura cognitiva, adequada ao nível de compreensão requerido e de um vínculo que possibilite representar esse conhecimento.
O progresso da estruturação da inteligência, embora não possa ser alcançado através de um ensino organizado, tem a ver diretamente com a experiência. Se a criança não realiza ações com os objetos, se não tem possibilidade de ver, tocar, mover-se, provar seu domínio sobre as coisas, vai encontrar sérias dificuldades no processo de organização de sua inteligência."

Sendo assim, aquelas aulas nas quais o professor apenas "passa" o conteúdo, não estimulam o desenvolvimento e estruturação da inteligência. 
Muitas crianças passam a apresentar dificuldades de aprendizagem pelo fato de não poderem, no momento certo, interagir com o objeto do conhecimento promovendo assim um desequilíbrio nas estruturas mentais já existentes alcançando uma etapa superior na organização da inteligência.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Conhecimento - interação entre o organismo e o meio

Para Piaget conhecer significa organizar, estruturar e explicar sempre a partir da vivência, do que foi experienciado. Assim, pela vivência o objeto passa a imergir em um sistema de relações. 

O conhecimento implica em sistema de significação, coisas e fatos adquirem significação quando são inseridos numa estrutura e a significação é o resultado da possibilidade de assimilação por uma estrutura. 

O sujeito do conhecimento corresponde a um sujeito ideal, que sintetize as possibilidades de cada uma das pessoas e de todas as pessoas ao mesmo tempo. A capacidade de conhecer pe fruto de trocas entre o organismo e o meio, sem elas essa capacidade não se constroi. Qualquer criança cujas trocas com o meio tenham sido prejudicadas, não importa por que fator, pode apresentar "déficit". Uma criança sem lesão orgânica nunca é inferior à outra mas, sim, está inferior, pois pode aprender tudo o que a outra já aprendeu, se for solicitada pelo meio. 

Segundo Piaget, existem três tipos de estrutura no organismo humano:
  • Estruturas totalmente programadas - são aquelas que nos capacitam a prever determinados comportamentos, tornados manifestos em determinadas épocas.
  • Estruturas parcialmente programadas - são aquelas cujo desenvolvimento e construção dependem já em grande parte do meio.
  • Estruturas nada programadas - são as estruturas mentais específicas para o ato de conhecer, sua construção depende das solicitações do meio.
A adaptação do ser humano ao meio se realiza por meio da ação, a ação só é possível por causa da construção de esquemas motores pela criança. É graças a eles que elas organizam suas experiências, atribuindo-lhe significado.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Distúrbio Articulário

Para que a produção dos sons da fala se dê adequadamente, é necessário que o movimento dos órgãos envolvidos ocorra com precisão, velocidade, energia, pressão e coordenação adequada de grupos musculares. Além da integridade física, a integridade neurológica e psicológica são também necessárias para haver um boa articulação.
Caso haja déficit ou inadequação em um ou mais fatores citados acima, teremos a presença de um distúrbio articulatório. Dentro disso, os fatores que podem influencias no desenvolvimento da aquisição fonológica, são:
  • Fatores orgânicos: má-oclusão dentária, malformações congênitas do aparelho fonador, hipoacusias, deficiência intelectual, paralisia facial, afasia, respiração bucal.
  • Fatores funcionais: causas ambientais (falta de estimulação), uso prolongado de chupeta e mamadeira, problemas emocionais, vícios de articulação.
No quadro a seguir, apresentamos os fonemas e sua idade de aquisição.

IDADE                               FONEMAS
18 meses                            b, m
2 anos                               p, t, d, n
2 anos e meio                     k, g, nh
3 anos                               f, v, s, z
3 anos e meio                     x (ch), j (ge-gi)
4 anos                              l, lh, r, rr, arquifonema r e s,      
                                       grupos consonantais r e l
5 anos                              aquisição completa

As alterações mais frequentes são caracterizadas como:
  • Substituição: quando um ou mais fonemas são substituídos por outros. Em geral, uma articulação mais difícil é substituída por uma articulação mais fácil, como por exemplo "taca" para vaca/ "paiedes" para parede.
  • Omissão : quando há ausência da produção de um ou mais fonemas. Exemplo: "ato" para gato/ "pesente" para presente.
  • Distorção: quando a produção de um ou mais fonemas é alterada de modo que a sua resultante seja apenas aproximada do fonema esperado.
O encaminhamento para avaliação fonoaudiológica deve ocorrer:
- quando o padrão articulatório apresentado pela criança não corresponde à sua idade cronológica;
- quando a fala apresenta-se ininteligível devido as trocas, omissões, substituições e distorções;
- quando a criança apresenta pequenas trocas, porém lhe causam grande incômodo;
- quando, por problemas orgânicos como má-oclusão dentária, há alteração do padrão articulatório.

Para que a criança possa se desenvolver adequadamente, ultrapassando cada fase da aquisição normal de fala, é importante que os adultos que a rodeiam tomem alguns cuidados:
  • não imite o falar "errado" da criança, nem peça para repetir a palavra por achá-la "bonita" ou "engraçada", pois o adulto é o modelo que ela seguirá para se corrigir, e a repetição fixará o padrão incorreto;
  • quando a criança cometer um erro articulatório, dê a ela o padrão correto sem repetir o erro (exemplo: se uma criança diz "áua" para água, diga "você quer água?", enfatizando o correto), porém não a corrija excessivamente;
  • não exija da criança uma produção além da esperada para sua idade, respeite a ordem da aquisição fonêmica;
  • propicie o desenvolvimento da fala, deixando que a criança expresse oralmente o que deseja, não a atendendo imediatamente após uma solicitação gestual;
  • não use palavras no diminutivo, pois, por serem semelhantes (terminam com "inho (a)"), dificultam sua memorização.
Dicas de observação do Distúrbio Articulatório

Ao aprender a falar a criança cometerá erros de pronuncia e articulação, pois dessa forma vai se aprimorando até chegar ao modelo adulto de fala. Além do mais, a articulação correta das palavras depende da coordenação dos órgãos fonoarticulatórios e da respiração, o que só ocorrerá com o amadurecimento do sistema. 
Devemos nos preocupar se:
  • aos três anos de idade, a criança apresenta fala ininteligível;
  • após os quatro anos, ainda apresenta trocas articulatórias que já deveriam ter sido superadas;
  • após os cinco anos de idade, ainda apresenta erros articulatórios.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Memória

      Até há pouco tempo, os neurocientistas acreditavam que, uma vez completado seu desenvolvimento, o cérebro era incapaz de mudar, particularmente em relação às células nervosas, ou neurônios. Aceitava-se o dogma segundo o qual os neurônios não podiam se auto-reproduzir ou sofrer mudanças significativas quanto às suas estruturas de conexão com os outros neurônios. As conseqüências práticas dessas crenças implicavam em que:

          a) as partes lesionadas do cérebro, tais como aquelas apresentadas por vítimas de tumores ou derrames, eram incapazes de crescer novamente e recuperar, pelo menos parcialmente, suas funções
      b) a experiência e o aprendizado podem alterar a funcionalidade do cérebro, porém não sua anatomia.
       As pesquisas dos últimos anos tem revelado um quadro inteiramente diferente. Em resposta aos jogos, estimulações e experiências, o cérebro exibe o crescimento de conexões neuroniais. Embora os pioneiros da pesquisa em comportamento biológico, tais como Donald Hebb, do Canadá e Jersy Konorski, da Polônia, acreditassem que a memória implicava em mudanças estruturais nos circuitos neurais, ainda não se dispunha de evidências experimentais que comprovassem essa noção.
     As tarefas de ativação mental são acompanhadas por muitas mudanças, tais como mudanças no metabolismo cerebral (consumo de glicose por células cerebrais, aumento do fluxo e temperatura do sangue etc.). A conseqüência prática do conhecimento de que as células nervosas crescem e se modificam em resposta às experiências e aprendizagem enriquecedoras é extraordinária:

  • A educação de crianças em um ambiente sensorialmente enriquecedor desde a mais tenra idade pode ter um impacto sobre suas capacidades cognitivas e de memória futuras.
  • A presença de cor, música, sensações (tais com a massagem do bebê), variedade de interação com colegas e parentes das mais variadas idades, exercícios corporais e mentais podem ser benéficos (desde que não sejam excessivos). 
     Na verdade, existem muitos estudos mostrando que essa "estimulação precoce" é verdadeira. O cérebro pode fazer com que as funções da áreas lesadas sejam assumidas por outras áreas. Pessoas que sofreram lesões em partes de seus cérebro, podem recuperar parcialmente as funções perdidas submetendo-se a estimulação mental intensa e diversificada, de maneira análoga à fisioterapia para os músculos debilitados; Alimentos ou drogas artificiais que aumentem a ramificação dos dendritos, o crescimento dos neurônios e seu aumento de volume podem ajudar na melhora do desempenho mental e memória nas pessoas normais ou em pacientes com doenças degenerativas do cérebro. O estudo da célula nervosa testemunha os "traços" que as nossas experiências e os nossos acontecimentos passados depositam na memória.
     As investigações no campo da memória orientam-se para a análise das formas constitutivas de "redes" e de "agregados celulares" a fim de apreender melhor certas formas de associatividade ou de estabelecimento de conexões que vão constituir as bases da organização de processos amnésicos determinados. Estas concepções não são estranhas ao que se sabe, ou supõe, acerca do aperfeiçoamento progressivo das nossas capacidades de memória e de aprendizagem lentamente melhoradas, no decurso da evolução, pelo enriquecimento em conexões múltiplas do nosso cérebro.
     Esta capacidade de armazenagem é tal que nós podemos mesmo conservar a imagem duma pessoa encontrada uma única vez, e poderíamos armazenar recordações cobrindo cerca de um século das nossas experiências. Uma palavra, uma impressão fugaz, são suficientes, muitas vezes, para "reativar" todo um conjunto de percepções, de emoções e de conhecimentos que pensávamos desaparecidos. No sentido teórico, o cérebro utiliza para aprender ou memorizar dois tipos de estratégias não exclusivas, mas sim complementares: ou fabrica novos circuitos graças à criação de novos neurônios, ou transforma as conexões estabelecidas entre neurônios já existentes. Deste modo, tanto a aprendizagem como a memória são considerados conjuntos de sistemas organizadores cuja ativação, espontânea ou pela experiência, orienta a função cerebral final. Desde sempre se fez um esforço para construir esta memória associativa que caracteriza o agregado celular.
      A atividade cerebral, sob a forma de influxo nervoso ou de potenciais de ação no interior dos neurônios, modela o número, a distribuição e a eficiência das sinapses (as regiões de contato entre dois neurônios), permitindo aos neurônios transmitir informações entre si.
      A plasticidade cerebral não é indefinida (quando um certo número de ajustamentos estão terminados, as vias neuroniais perdem qualquer capacidade de se modificar), e, por outro lado, em certas partes do cérebro é essencial, em contrapartida, que se mantenha uma plasticidade permanente, porque se trata de circuitos neuroniais que permitem a aprendizagem e asseguram ao cérebro o armazenamento contínuo de novos conhecimentos.
     A neurociência diz-nos que a memória é um conjunto de ligações entre grupos de neurônios que participam no processo de codificação. Este processo pode tomar parte em diferentes partes do cérebro. Ligações neurais atravessam diferentes partes do cérebro, quanto mais fortes as ligações, mais forte a memória. A recordação de algo pode ocorrer por estimulação de qualquer das partes do cérebro onde a ligação neural ocorre. Se parte do cérebro está danificado, o acesso a dados neurais que aí se encontram são perdidos. Por outro lado, se o cérebro está saudável e a pessoa está perfeitamente consciente quando sofre algum trauma, a probabilidade de esquecer o acontecimento é próximo de zero, a menos que seja muito novo ou sofra uma lesão cerebral posteriormente. Memória a longo termo requer codificação elaborada por parte dos lóbulos temporais. Se o lóbulo préfrontal inferior esquerdo está danificado ou pouco desenvolvido, teremos graves dificuldades na codificação. Esta área do cérebro está pouco desenvolvida nas crianças muito novas (menos de três anos). Donde, é pouco provável que qualquer história de recordações da vida no berço ou no ventre da mãe tenham qualquer fundo de verdade.
       A maioria das memórias perdidas, contudo, perdem-se porque não foram devidamente codificadas. Todos os estudos realizados reforçaram a hipótese avançada por D. Hebb em 1949, da existência de um mecanismo pelo qual a atividade neuronial influiria sobre as conexões sinápticas: quando um neurônio estimula fortemente, ou de maneira regular, um outro neurônio, as modificações desta forma induzidas no metabolismo ou na estrutura das duas células viriam reforçar a conexão entre elas.
       A percepção é basicamente um processo de filtragem e desfragmentação. Os nossos interesses e necessidades afetam a percepção, mas a maioria do que nos está acessível como dados sensoriais potenciais nunca será processado. E a maioria do que é processado será esquecido.
     A amnésia não é algo raro mas uma condição normal da nossa espécie. Esquecemos tanto mas não porque a realidade é tão terrível que não nos queremos recordar. Esquecemos ou porque não o percebemos em primeiro lugar ou porque não codificamos a experiência ou no lóbulo parietal do córtex (memória de curto prazo) ou no lóbulo préfrontal (para memória a longo prazo).
     Enquanto a percepção é a interpretação de fenômenos (objetos e eventos) em termos de profundidade, forma e movimento, a memória diz respeito à organização de experiências no tempo. Ela engloba a aquisição, a estocagem e a reprodução, ou recordação, de experiências e comportamentos, que pode ocorrer pela evocação, reconhecimentos ou reaprendizagem.
    A inteligência é nada mais que o conhecimento recebido pelo homem, o que podemos chamar de raciocínio, e utilizado por ele através do que chamamos de memória.
      Podemos dizer que o raciocínio, é a velocidade com que o ser humano recebe o conhecimento. Já a memória é o tempo que o conhecimento pode ser guardado na mente humana. Os seres humanos podem possuir mais ou menos energia em suas células. Um homem pode possuir mais que outro, ou uma mulher mais que outra. Mas normalmente as mulheres possuem mais energia que os homens. Desta forma o conhecimento se manifesta no homem e na mulher da seguinte maneira: Analisando-se que a energia externa ao corpo do homem e da mulher é a mesma em proporções, e como o homem possui menor quantidade de energia no cérebro que as mulheres, a velocidade do conhecimento de fora para a sua mente será maior, ou seja, o homem tem um raciocínio mais rápido, a mulher um raciocínio mais lento. Como a mulher possui mais energia em seu cérebro, a velocidade do conhecimento para sua mente será mais lenta, mas em compensação, a mulher por este mesmo motivo demorará mais tempo que o homem para perdê-lo, ou seja, elas possuem uma memória bem maior que a dos homens. Se levarmos em conta que a inteligência é o conjunto formado pela memória mais raciocínio, os dois empatam. Porém a mulher, apesar de precisar de mais tempo para raciocinar, terá a memória a seu favor, e sempre terá opiniões mais sensatas que as dos homens, além de um temperamento bem mais calmo para chegar a conclusões satisfatórias.
      Todas as memórias possuem um componente emocional. A diferença é que algumas são conscientes e outras não. Reter, recordar, esquecer e aprender são processos intimamente relacionados com afetividade (emoções e sentimentos). Graças a W.B Cannon (anos 20 do séc.XX) J.W. Pepez (anos 30) e outros, se descobriu que as emoções, em termos anatomofisiológicos, envolvem o sistema límbico, cujas principais estruturas são núcleos do tálamo, hipotálamo, subtálamo, partes do corpo estriado, septo, fórnix, hipocampo e amígdala. Estas duas últimas exercem papel importante na memória e aprendizagem. E mais: o sistema límbico ( do latino limbus-orla, franja, fronteira, lugar ou estado de transição), esse cérebro primitivo controla (fisiologicamente, é claro) a conduta sexual, o comportamento alimentar, os ritmos biológicos, como vigília e sono, e a s reações exploratórias em geral. Embora tenha caraterísticas próprias, esse sistema, onde se encontram os centros do neurovegetativo ("autônomo"), está relacionado com as demais estruturas encefálicas como o córtex (casca) - cerebral (teoria das emoções de Papez), o responsável por todas as atividades que distinguem o homem dos animais, como pensamento abstrato, a fala e os sentimentos.

  •  Área límbica: integração da memória com aspectos comportamentais relacionados a memória e motivação. 
  •  Lobo temporal inferior – área visual superiora, relacionada `a aprendizagem e memória de tarefas visuais. 
  •  As áreas temporais de associação estão relacionadas `a memória e ao comportamento emocional. 
     Processos básicos como análise sensorial, memória, aprendizagem e cálculo podem ser efetuados por qualquer hemisfério, desde que não envolva raciocínio ou análise complexa, quando o hemisfério direito isolado é limitado. No cérebro normal, com inúmeras interconexões, a interação dos dois hemisférios é tal que não se pode dissociar claramente suas funções específicas. Ambos se auxiliam na efetuação de tarefas várias, verbais e não-verbais. Nenhuma parte do sistema nervoso funciona isoladamente do mesmo modo que funcionaria integrada `as outras partes.
    Quando sentimos uma forte emoção substâncias chamadas catecolaminas, como a adrenalina e noradrenalina são liberadas pela glândula supra-renal. Elas despertam a pessoa, liberam açúcar no sangue e elevam a pressão; a noradrenalina acelera a transmissão entre os neurônios. Tudo isso aumenta a capacidade de trabalho do cérebro e a memorização. A carga emocional influi na evocação de lembranças. A ansiedade, neste sentido pode ser compreendida como uma reação evocadora de memória e a depressão inibidora da memória. As duas podem coexistir, por exemplo, procurando-se (inconscientemente) inibir uma lembrança que vem “à tona” com uma forte ansiedade, através de uma reação depressiva.
      Segundo Marcia Johnson da Princeton University (APA Monitor, 1995) , a focalização, seja nos aspectos emocionais, seja na forma como a experiência é evocada (imaginada), resulta em distorção em relação aos fatos originais. As memórias originais costumam ter bem mais detalhes que as falsas memórias e mais atividade nas zonas de formação da memória do cérebro. Traumas físicos e psicológicos despertam reações de “proteção” do cérebro , as amnésias. A pessoa pode esquecer fatos logo depois do trauma (amnésia anterógrada); do que vem logo antes do trauma (retrógrada) ou de forma fragmentária, seletiva, mais comum em traumas de origem psicológica. A acetilcolina é necessária para ocorrer a transmissão de impulsos entre a maioria dos neurônios. Elas existem na gordura dos alimentos. Por isso é necessário um mínimo de gordura em qualquer tipo de dieta para termos esta substância. Tendências genéticas, stress e medicações podem baixar os níveis de acetilcolina no cérebro, mesmo havendo na dieta. O stress age mobilizando a acetilcolina pelo sistema límbico (associado às emoções) “roubando-a” do processo de memorização. Drogas que inibem a decomposição da acetilcolina na sinapse (lugar aonde se dá a transmissão de impulsos entre os neurônios), poupam a acetilcolina e aumentam a capacidade de memorização. O consumo excessivo de cálcio, segundo alguns estudos pode estar associado a rebaixamento de memória. Não é a repressão de experiências traumáticas que fazem perder a memória. Elas perdem-se devido a danos cerebrais, perda de consciência durante a experiência, desequilíbrio neuroquímico, desatenção, reestruturação cognitiva, e sobrecarga sensorial, emocional ou hormonal. Tudo o que fica gravado na memória, seja um número de telefone ou o cheiro de uma flor, depende de mudanças nos padrões das chamadas sinapses – as conexões entre os cerca de 100 bilhões de neurônios existentes no cérebro. "Assim como ocorre em uma central telefônica, no cérebro procura-se fazer essas ligações pela via mais eficiente", afirma o médico Cláudio Guimarães dos Santos, especialista em neuropsicologia. O exemplo da central telefônica é adequado. Imagine que cada neurônio pode se ligar a até outros 10 mil e a todo momento são feitas trilhões de ligações. Podemos entender como é possível registrar imagens, sons, frases, cheiros e demais estímulos e por que essa etapa de aquisição de informações é muito sensível a interferências. Daí também se pode entender por que muitas vezes temos a sensação de que esquecemos algo que nem sequer foi gravado porque nos distraímos naquele momento. Todo esse mundo de informações não fica armazenado indefinidamente. O cérebro faz uma triagem, ou seleção, daquilo que considera mais relevante.
      Os cientistas classificam o tipo de memória de acordo com o tempo de retenção:

  • a memória operacional é a que serve para lembrar da palavra lida anteriormente até chegar ao fim desta frase; 
  • a de curta duração, que permite lembrar um texto lido por algum tempo,  
  • a de longa duração, como as informações que você considera mais importantes num estudo feito ou texto lido. 
    Para que uma informação fique gravada por mais tempo, ela deve ser processada pelo hipocampo. É lá que, por meio de reações químicas específicas, ocorrem as tais mudanças nas sinapses que possibilitam a memorização. É nessas conexões que o cérebro escreve as informações que serão armazenadas", só fica gravado o que realmente importa:
    Imagens - A cena do atentado é enviada para o córtex visual primário, em forma de impulsos elétricos .
   Odores - O cheiro do café que estava sendo feito no momento é enviado para o córtex olfativo.  
    Sons - Ouvido detecta e manda para o córtex auditivo a música que tocava no momento, no ambiente.
  Depois de segundos: A memória operacional reproduz imagens escolhidas e captadas pelos sentidos, o que se perde em instantes.
  Durante horas ou dias: As informações são ensaiadas no sistema nervoso, com ajuda do hipocampo. Os detalhes serão logo esquecidos.
 Para sempre: Somente uma fração da informação será armazenada pelo cérebro e poderá ser relembrada durante anos.
      O melhor modo de fortalecer as sinapses, de estimular o cérebro – sem exageros – e de desenvolver a capacidade de concentração e, consequentemente, de proteger e de fortalecer a memória é exatamente aquele que as pessoas estão, no fundo, cansadas de saber: é ler.
  Segundo o Dr. Ivan Izquierdo, neurologista da Universidade Federal do Rio Grande do Sul a memória piora à medida que envelhecemos. Ela começa a diminuir em velocidade de aquisição ou de evocação, por volta dos 60 anos. Mas não em capacidade total, nos indivíduos sadios. Se não for estimulado, o cérebro perde a capacidade de memorizar. A retenção de novas informações depende do número e do fortalecimento das conexões existentes entre os neurônios, as sinapses. Essas dependem de estímulos, como leitura e atividades que exijam concentração. "A leitura fortalece os diversos tipos de memórias, como a visual, auditiva, verbal, e exige concentração", diz o neurologista. Algumas pessoas nascem com boa memória e outras não. Mas até as que nascem com menos memória podem melhorá-la, pela prática, pelo menos para certas coisas: alguns para números, outros para rostos, idéias ou raciocínios. Não há forma de medir a memória, e varia de um indivíduo para outro. Há surdos e cegos com excelente memória. O cérebro não tem uma capacidade máxima para guardar informações. A capacidade total é muito grande, e o esquecimento se deve à falta de uso das sinapses e a seu desaparecimento, ou de neurônios, com o passar do tempo. Existe idade mínima para a memória mais remota que um ser humano consegue ter. Não identificamos os eventos anteriores à idade em que aprendemos a utilizar a linguagem. Pode ser que essas memórias tenham sido gravadas e por isso temos a sensação de que nos lembramos, mas fica difícil de explicar.
     A memória não pode ser transmitida geneticamente. Não há dois indivíduos que codifiquem a mesma memória através das mesmas sinapses, nem clones que possuam a mesma rede sináptica, já que elas dependem estritamente da experiência, que é individual. Guardamos memórias falsas. Lembrar de coisas que não aconteceram é comum entre idosos. Trata-se de misturas de memórias. A memória funciona por associação, criando e fortalecendo conexões entre neurônios ativados quando vemos ou pensamos em ferramentas, cores, cheiros, formas, emoções. Quanto mais uma associação se repete, mais aquelas conexões são ativadas, e mais elas se fortalecem.


 BIBLIOGRAFIA _______________________________________________________________________________ 1- SABATINI, Renato e Silvia H. Cardoso. Aprendizagem e Mudanças no Cérebro. Internet: http.www.epub.org.br.
2- RESPOSTAS AO IMPOSSÍVEL. A Inteligência. Internet: http.wfera.tripod. com
3- Mente Inconsciente. Internet: http. www.cetico.hpg. ig.com.br.
4- Neurofisiologia: Sentimentos e Emoções. Internet: http. www psiqweb.med.br.

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