Surge então a seguinte pergunta: o
que fazer, como lidar com tal comportamento na sala de aula e demais
dependências da escola? E aprendizagem, como torná-la significativa e
prazerosa? E os demais alunos? Realmente, as ações de ensinar e aprender tem se tornado cada vez mais desafiadoras na
atualidade.
Nesse contexto se faz necessário
uma avaliação comportamental da criança ou adolescente, que deve ser realizada
por um médico especialista em comportamento infantil com formação em
psiquiatria ou neurologia. Tal profissional realizará um avaliação
comportamental completa que se divide em 5 etapas:
- Avaliação com pais ou responsáveis sem a presença do filho – anamnese;
- Avaliação da escola escrita e dissertativa;
- Avaliação complementar de outros profissionais;
- Aplicação complementar de testes padronizados;
- Avaliação da criança – capacidade e habilidade de comunicação, interação social, atenção, memória, pensamento, inteligência, linguagem, afetividade e humor.
Concluída a avaliação detalhada o
médico poderá optar por uma intervenção interdisciplinar envolvendo
profissionais como psicólogo, fonoaudiólogo, psicomotricista, psicopedagogo,
entre outros.
Iniciaremos nosso estudo com o
Transtorno Desafiador Opositivo nesta postagem e nas próximas abordaremos outros
transtornos.
Transtorno Desafiador Opositivo
Definição: padrão
persistente de comportamentos negativistas, hostis, desafiadores e
desobedientes observados nas interações da criança com adultos e figuras de
autoridade.
Os sintomas aparecem em diferentes
ambientes, especialmente na escola e na casa. Inicia por volta dos 6 anos,
ocorrendo mais em meninos.
Características:
- Discute com professores e colegas;
- Recusa-se a trabalhar em grupo;
- Não aceita ordens;
- Não realiza deveres escolares;
- Manipulador;
- Não aceita crítica;
- Desafia a autoridade de professores e coordenadores;
- Deseja tudo ao seu modo;
- É o “pavio curto” ou “esquentado” da turma;
- Pertuba outros alunos;
- Responsabiliza os outros por seu comportamento hostil.
O desempenho escolar fica
comprometido, gerando alto índice de reprovação. Não aceitam participar de
atividades em grupos, nem receber ajuda dos professores. Podem apresentar
outros transtornos de comportamento associados como TDAH, ansiedade, humor e transtornos
de aprendizagem.
O diagnóstivo e tratamento precoce
são fundamentais para melhorar os sintomas e prevenir que o Transtorno
Desafiador Opositivo evolua para o Transtorno de Conduta.
Acredita-se que as causas tem
origem multifatorial, apresentando aspectos biológicos e ambientais.
· Aspectos biológicos: características herdadas como
temperamento impulsivo, baixo limiar de frustração, irritabilidade e disfunções
em neurotransmissores serotoninérgicos e dopaminérgicos.
· Aspectos ambientais: comportamento criminoso,
acoolismo, uso de drogas por pais e/ou responsáveis, negligência, falta de
afeto e suporte emocional, métodos de criação parental comumente observados em
lares onde os pais são permissivos e não estabelecem regras ou em lares
opressores com normas muito rígidas no qual a criança convive com violência,
agressividade, hostilidade, briga entre os pais consideranto tais
comportamentos como normal.
Tratamento: são necessárias várias intervenções a fim de se
alcançar resultados positivos no tratamento, tais como:
- Medicamentos – objetivam reduzir os sintomas para facilitar as ações de pais e professores;
- Terapia cognitivo-comportamental – com treinamento das habilidades sociais;
- Método de reforço positivo com elogios, contrato de comportamentos, premiação;
- Aconselhamento e treinamento de pais e professores - para que possam encorajar comportamentos adequados;
- Terapia familiar – para melhorar o diálogo, a comunicação entre os membros da família;
- Prática esportiva – para fortalecer a autoestima da criança.
O tratamento só apresentará
resultados positivos se houver engajamento dos pais.
Dicas aos pais:
- Dedique um tempo a seu filho diariamente;
- Converse com ele e realize atividades esportivas ou de lazer;
- Estimule a prática de esportes coletivos;
- Explique claramente regras e instruções;
- Explique possíveis consequências em caso de indisciplina;
- Utilize técnicas comportamentais de manejo de sintomas opositivos e desafiadores;
- Proponha acordos e privilégios em caso de atitudes assertivas;
- Elogie atitudes positivas;
- Evite punições físicas (bater na criança reforçará comportamentos agressivos);
- Retire privilégios em casos de mau comportamento;
- Comunique-se com professores e coordenadores sempre que necessário;
- Realize passeios para promover a integração familiar.
Fonte:
·
TEIXEIRA, Gustavo. Manual dos transtornos escolares: entendendo
os
problemas de crianças e adolescentes na
escola. Rio de Janeiro: BestSeller,
2013.
2 comentários:
Ola venho através do agenda dos blogs,achei muito interessante seu blog,vejo que vou aprender muitas coisas fazendo parte,deixo o convite venha conhecer meu espaço:
http://enfermageandotc21.blogspot.com.br,
espero que não se importe se eu levar seu logo para meu blog,as pessoas tem que conhece-lo.
Beijo no coração!
Olá Michele, fico feliz que tenha gostado. Nosso objetivo é compartilhar conhecimento portanto pode levar o logo a vontade.
Certamente irei visitar o seu blog também!
Abçs,
Postar um comentário
Seu comentário é muito importante para nós...