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quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Arte-terapia: Espaço de atelier

 O espaço para se desenvolver Arte-terapia é um dos assuntos bastante interessante, pois acredito não ser suficiente ter todo um conhecimento teórico e prático, se não houver um espaço que traduza um ambiente para as atividades de arte-terapia.
Para obter o desenvolvimento das atividades em arte-terapia  faz-se necessários alguns cuidados e ou procedimentos com o ambiente.
A importância do espaço físico no desenvolvimento de cada indivíduo, as suas diversas representações, impactos e sensações que ele pode causar, e como ele pode auxiliar na arte terapia são alguns questionamentos que deve ser considerado pelo profissional ao "elaborar" e organizar o setting arteterapêutico.


1.           Aspectos a serem  considerados.
1.1-     Quanto as atividades
     A Arteterapia oferece muitas  opções, como por exemplo: teatro, música, expressão corporal, artes plásticas, entre outras e tornar-se fundamental analisar quais serão utilizadas e de que forma.
      1.2 -  Quanto à clientela
Qual faixa etária e nível sócioeconômico pretende atender; atenderá pacientes com dificuldades de locomoção, visão, controle motor e cadeirantes?
Em caso de se realizar atendimento a pessoas com necessidades especiais deve-se cuidar com muita atenção da disposição dos móveis, a forma como terão acesso à sala e aos objetos de trabalho.
1.3 Quanto ao número de clientes 
Deve-se considerar a área livre da sala ao se definir o número adequado de clientes em cada sessão, a fim de preservar o conforto e as condições necessárias para a realização das dinâmicas.
1.4  Quanto a  harmonia do espaço.
 É fundamental que o paciente se sinta a vontade para executar suas atividades.


2.           Cuidados e ou procedimentos com o espaço.
2.1 -     Em relação ás atividades 
·      Teatro e expressão corporal - requer  um espaço amplo e sem muitos móveis por perto para evitarmos acidentes e seria ideal que para esse tipo de atividade tivesse um piso (EX:Eva)ou alguns colchonetes para evitar eventuais incômodos ao se trabalhar no chão.
·      Artes plásticas - demanda algumas mesas com cadeiras, alguns armários ou prateleiras para guardar os materiais,  um pia ou tanque para  lavar os materiais que necessitarem serem limpos e as mãos após as atividades, sabonetes e papéis para as mãos, também deverão estar no ambiente.
·      Música - como auxílio na ambientação e desenvolvimento de processos arte-terapêuticos carece que se tenha um equipamento de som e alguns instrumentos para as atividades.

2.2      Em relação aos pacientes com dificuldades:
·        Dificuldade de locomoção ou cadeirante: é necessário que tenha rampas de acesso e espaço para locomoção entre os móveis dispostos na sala. Prateleiras com os materiais e pia dispostas em uma altura que eles possam alcançar sem que precisem sempre de auxílio.
·        Dificuldade motora: é necessário que haja materiais mais resistentes, para evitar eventuais acidentes como quebra de vidros ao escapar das mãos e cuidadosa atenção para substituir materiais que possam provocar acidentais, tais como objetos pontiagudos ou cortantes.
·        Dificuldade de visão: manter os móveis sempre no mesmo lugar e com certa distância, pois facilita a locomoção. Os matérias devem ser sempre colocados no mesmo local para que possam encontrá-los facilmente.



2.3      Em relação ao número de pacientes:
             É importante que se reflita sobre o número de cadeiras e mesas, número de pinceis e tintas, número de pias, número de colchonetes; número de instrumentos, quantidade de tudo, para que todos possam realizar as atividades propostas  da mesma maneira.
Em relação a harmonia:
·        A elaboração e execução do ambiente, pensando no bem estar do paciente e do terapeuta, ambos devem se sentir á vontade no espaço criado para que se desenvolva uma cumplicidade e uma confiança múltua.
·        Ambiente:
a.   Limpo
b.   Arejado
c.   Iluminado, de preferência luz natural.
d.    Com banheiros

Outro aspecto que pode-se ressaltar é a preocupação com a natureza, trabalhando de forma consciente.


  1. Relação do espaço físico com a linguagem simbólica.

O que é espaço?
Na busca em entender o sentido da palavra espaço, o dicionário apresenta a seguinte definição: Espaço s.m. Extensão indefinida que contém e envolve todos os objetos: o espaço é imaginado com três dimensões. / Extensão limitada, intervalo de um ponto a outro: grande, pequeno espaço. / A imensidade, a extensão dos ares: os corpos celestes rolam no espaço. / Intervalo de tempo: no espaço de um ano. / Distância percorrida por um ponto em movimento: quando um corpo cai livremente, os espaços que ele percorre são proporcionais aos quadrados dos tempos empregados para percorrê-los. / Art. gráf. Pequena peça de metal, mais baixa que as letras, para separar as palavras. // Espaço vital, território que uma nação julga necessário adquirir.
A partir dessa referência verifica-se o quanto o espaço é simbólico, a quantas infinidades de atividades e seres ele está relacionado, como é difícil de ser representado e como é representado de inúmeras formas.
 Há diferentes visões, impactos e sensações  em relação a ele.
De acordo com A.J. Severino,(1994) “ todo aspecto da realidade é simultaneamente assumido pela subjetividade humana como algo que se conhece e como algo que se aprecia, que se valoriza;...” Portanto no primeiro contato com um determinado ambiente, as pessoas recebem impactos a partir das sensações, da percepção, iniciando neste momento um processo de conhecimento do lugar. Sendo assim o ambiente, mostra uma inter-relação muito dinâmica entre os sentidos. Tudo que se carrega de informações, de significados passa a ser percebido, avaliado e re-avalia o ambiente.
Na mesma visão de A.J. Severino.(1994 )Ve-se que a realidade dirige ao homem estímulos sensoriais e cognitivos.
Portanto após a captação das imagens, entra em ação a racionalidade, a motivação, a avaliação etc... para a formação da imagem simbólica de cada individuo.
E como o espaço afeta?
O espaço nos afeta por todos os sentidos, começando pela visão ao entrar em uma sala, olhar seu mobiliário, cores, formas, padrões de luz, caminhar pelo olfato, sentindo os cheiros de flores, de tinta de madeira nova, direcionando a audição aos  sons ou ruídos que estão acontecendo, até chegar no tato onde pode-se sentir as texturas dos materiais.

E a mais difícil das questões:
Qual é o ”espaço ideal” ?
Para essa indagação talvez a resposta mais surpreendente é que o espaço não pode ser definido como adequado ou não, pois para cada individuo há um espaço. Para a arte terapia, um espaço bem projetado é aquele onde se pode despertar as mais diversas sensações e impactos, possibilitando o desenvolvimento da criatividade.
 A Arte-terapia pode se auxiliar dos diversos procedimentos aqui citadas, proporcionando a todos um desenvolvimento pleno das atividades terapêuticas.Facilitando o trabalho de ambos.
Portanto o espaço “ideal”, “adequado”, “recomendado”, será aquele onde todos se sentirem bem, a vontade e realizarem suas atividades com os melhores recursos teóricos, práticos e “espaciais”, proporcionando sensações, desafios que estimulem a criatividade e que estimulem a busca do seu eu, do auto-conhecimento, da transformação e da formação de um novo individuo.


Bibliografia:
ARNHEIM, Ruldolf, Arte terapia & percepção visual. São Paulo: Pioneira, p 89-98
COUTINHO, Vanessa, Arte terapia. São Paulo: Wak, 2005, p. 51- 53.
ROGERS, Carl R, Grupos de encontros. São Paulo: Martins fontes, 2002, p. 75-80.
SEVERINO.Antônio J, Filosofia. São Paulo: Cortes, 1994, p.175- 176
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